visto que a comunidade blogger não gostou do meu ultimo post, volto a carga só para chatear.
Há dois dias que sou obrigada a ir assistir a sessões sobre o Harold Pinter na faculdade (flul), o que por si só já é bastante irritante, porque: primeiro, é obrigatório ir aquilo, logo 50% da vontade de lá estar vai à vida, segundo, as pessoas que lá foram eram muito pouco (ou nada) animadoras e terceiro, o ultimo dia eram só filmes. Sinceramente pensei que iria ser o dia menos problemático para a minha saúde mental, mas não.
Após um acordo com o professor de IPCH (int. à problemática das ciências humanas), a turma combinou ir ver o filme das 17h, O Criado.
A essa hora lá estava eu, mais duas amigas, prontas para desfrutar de uma bela obra de arte cinematográfica (ou não). Entramos na sala e já não havia bolos, café e garrafas de água à borla...ficamos logo desanimadas, mas nada que nos estragasse a tarde.
Arranjamos uns lugarezinhos jeitosos, ao pé do ar condicionado (que em nada piora as minhas crises de asma e de alergia) e lá esperamos loucamente o início da sessão.
Atrasados, barulhentos e espaçosos, entraram na sala uns jovens e sentaram-se na fila de cadeiras em frente à nossa. Até aqui nada de anormal, porém o apresentador do filme, o senhor Alberto Seixas Santos, começa a falar, mas as suas palavras não eram de forma nenhuma animadoras. Ora dizia mal do filme, ora dizia mal da realização, e nós perguntávamo-nos: se é tão mau, porque é que estão a exibi-lo?!
A sessão começava de uma forma não muito normal, mas até estava a ter a sua piada, até que o senhor Alberto decidiu começar a contar o filme.
É verdade! O Beto achou que seria muito mais giro ver o filme sabendo previamente o que se iria passar: " No início do filme o criado vai a tocar a porta e esta está aberta!" ora o filme começa, eu vejo o criado a ir bater a porta e esta está aberta...algo realmente inesperado. Ou então "No final do final, aparece uma quantidade de pêgas lá em casa!", portanto a ultima coisa que estava a espera quando estava a ver o filme, foi realmente surgirem pela casa dentro uma série de pêgas. Irritante? Claro que não, eu até nem gosto de surpresas.
Voltando agora um pouco atrás, aquele grupo de jovens que entrou na sala. Uma jovem meteu conversa e perguntou quem estava a falar, eu na minha inteligência muito própria respondo: "Ahh não sei, mas acho que é o Francisco Frazão!" e a moça diz: "AHHH este é que é O Francisco Frazão?!" e a minha amiguinha Martinha responde: "Não é nada! Este é o Alberto Seixas Santos!" (é mesmo muito culta ela e com os óculos, lê imensamente bem os folhetos do Pinter) A desilusão na cara da nossa nova amiga foi visível: "Ahh então o Francisco Frazão é o gajo novo que ali está..."
Passado este momento de "barraca" da minha parte e já com todos os presentes fartos de ouvir o Beto, o filme começa e aqui começa uma grande batalha, talvez a mais furiosa de toda a minha pobre vida.
Quando uma pessoa vai ao cinema, normalmente é para ver o filme (se estiver errada por favor corrijam-me e elucidem-me das verdadeiras razões). Mas existem sempre aquelas pessoas que parece que não tendo nada mais para fazer lá vão gastar 5 euros e vão fazer tudo menos olhar para o ecrã gigante (mm que seja difícil não o ver).
Ora muito bem, os amigos da frente eram meninos do conservatório, e para sorte das minhas sortes mais absurdas, os dois que estavam à minha frente eram namorados.
NÃO EXISTE NADA PIOR NO CINEMA DO QUE FICAR ATRAS DE UM CASAL!
Agora imaginem uma sala de aula transformada num pequeno auditório, com cadeiras desconfortáveis, onde não se pagava entrada e a sala estava cheia...o que é que me faltava? Um casal a namorar enquanto eu queria ver o filme!
Para piorar a situação eles não eram um casal propriamente pequeno e eram daqueles irritantes que parece que se se largarem um bocado, eles morrem! Eu até queria ver o filme, até porque tenho um relatório sobre ele para entregar. Mas não! O amor daquele jovem casal apaixonado, impedia-me de ver 60% do ecrã, o que incluía a parte das legendas...basicamente do nariz das personagens para cima eu via tudo (o que é extremamente agradável para quem tem que fazer um texto de uma pagina).
O mais irritante de tudo é que, eram beijinhos para um lado, cabeças encostadas no ombro para outro, segredinhos, beijinhos na bochecha, festinhas, bracinho por cima da menina, (e como o melhor fica sempre para o fim), os jovens não podiam ver um beijo ou uma cena mais intima no filme que tentavam sempre fazer sua própria representação.
Eu não sou muito amiga destas "fofices" todas na minha vida privada, e ver isto no dia a dia é irritante (para mim) mas então quando estou no cinema, É COMPLETAMENTE INSUPORTAVEL!
Pior, os simpáticos dos jovens viram-me com a cabeça de lado, a respirar intensamente de raiva, viram-me a mudar constantemente de posição (por acaso coincidia sempre com os movimentos deles, não entendo por acaso -_-), certamente ouviram-me a gozar com eles, enquanto revirava os olhos de impaciência, e a partir dai mantiveram-se minimamente quietos, como qualquer outra pessoa não sala? CLARO QUE NÃO!
Foi assim até ao final do filme, 1h45m de pura raiva, loucura, dores nas costas e no pescoço.
Queria apenas deixar uns recados, para finalizar:
Professora Mª João Brilhante, se o meu relatório estiver negativo, lembre-se deste post e da terrível experiência que foi ver este filme, por causa do casal maravilha.
Casal Maravilha, que sejam muito felizes, muito amor e muitos filhos, MAS POR FAVOR! NO CINEMA NÃO!
Pessoal, quando forem ao cinema em salas tão pequenas como aquela, tenham cuidado com a vizinhança.
